domingo, julho 25, 2004

Mar de Loucos

Este foi um dos meus primeiros poemas que eu escrevi, e que também já foi publicado há muito tempo (acho que em 94, quando participei de um concurso de poetas).


Navego com esse barco, cheio de pessoas insignificantes
Enquanto quebro o meu coração em cinco pedaços
Repartidos em vários continentes
Estranhas viagens
e eu sei que meu mundo está mudando
Tento controlar minha surpresa
e o oceano engole as angústias passadas
atrás de um sorriso que eu conheço bem
Afundando...

No meio de uma tempestade conheço o perigo
Que sempre evitei enfrentar
Avisaram-me do pior que está por acontecer
Tentando não afundar tudo que aprendi
A lua ilumina o barco que construí
E as ondas batem em seu casco
Com a violência e a suavidade que não queria conhecer
Afundando...

E eu sei porquê, mas não encontro a resposta
Perdido no mar dos loucos
Louco, um papel flutuando
De volta ao amor terreno.

E as perguntas permanecem
Avistando aquela ilha perdida
Na imensidão azul avistando o infinito
Sou o capitão e tenho que controlar tudo
A embarcação, a tripulação, tudo em minhas mãos
Se esse barco se desgovernar
Verei essa vida afundar
E tenho certeza que as dúvidas
Escorrem pelos meus dedos
Senão, serei apenas um velho marinheiro
Perdido nesse barco tolo

Conto os passos de meu barco
Percorro o convés com meus pés desolados
Molhado e sozinho
Sou o capitão e devo manter o controle
Louco, apenas um papel flutuando
Perdido nesse mar de loucos
Comandando esse barco tolo.

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